MARINA MIYAZAKI
Marina é escritora de Londrina/PR, descobriu a dislexia depois de adulta, depois que os filhos vieram. Eles acabaram por trazer a dislexia dela à tona, quando ainda crianças apontavam suas diferenças. Sempre escreveu, mas demorou a tirar seus textos da gaveta. Gosta de escrever para as crianças, e de dar visibilidade a questões que envolvam vulnerabilidade emocional e social.
2020
DISLEXICANDO
Dislexicando (2015) é um livro infantojuvenil escrito com as falhas ortográficas cometidas por pessoas com dislexia. Ou seja, um livro com “erros” de português. É o relato de uma menina que questiona a forma como tratam a criança com dislexia e a postura de especialistas. O livro foi ilustrado por Tony de Marco, typedesigner e que também tem dislexia.
.
Luisa Venturelli
.
LITERATURA
2021
O MEDO DE RABO PRESO
“Medo é pra perder ou pra entender?”, frase que está na epígrafe do livro “O medo de rabo preso” (Ed Scipione), de Marina Miyazaki, traz uma questão essencial quando se pensa em uma educação plena, que forme cidadãos prontos a dialogar com a sociedade consigo mesmos. Perder um medo pode significar uma vitória sobre ele, mas entendê-lo talvez seja o mais importante, porque demanda uma compreensão daquilo que, por ser diferente, cria dúvidas e pode paralisar. As ilustrações de Gilmar Machado (@cartunista_das_cavernas) contribuem decisivamente para que os questionamentos propostos pelo texto ganhem novas e múltiplas dimensões. Afinal, como diz a autora, a sua escrita se realiza “com o auxílio da dislexia, despejando palavras tortas, certas, erradas, inventadas e desconjuntadas (o editor que lute) em textos para crianças que se transformam em arte nas mãos dos ilustradores, animadores e editores”.
.
Oscar D’Ambrosio
.
LITERATURA
2022
SENTIMENTÁRIO
A partir do texto "Palavras, Perfumes e Sentimentos", em que a autora lida com as palavras de maneira lúdica e diferenciada, surge a oficina e o curta metragem de animação "Sentimentário", premiado em vários festivais de cinema e produzido e
dirigido por formandos do curso de Cinema da Universidade Federal de Pelotas.
O grande ensinamento está em trazer à discussão como o sentido dos vocábulos é muito maior do que está no dicionário tradicional. O valor afetivo de cada uma delas, seja para crianças ou como memória afetiva nos adultos, não pode ser ignorado ou apagado. Precisa ser valorizado constantemente.
Instaurar um dicionário pessoal de sentimentos é um passo poético essencial justamente para estabelecer um criativo e sensível conhecimento do mundo.
.
Oscar D’Ambrosio
.
LITERATURA
2023
PAI FRANCISCO
As relações não tradicionais entre pais e filhos têm pouco espaço nas artes. Este livro enfoca o afeto entre uma criança e seu pai encarcerado. Trata-se de um mergulho entre elos distintos daqueles cristalizados pela sociedade. Existe uma reflexão sobre como papéis estereotipados pela sociedade e pela mídia ganham novas dimensões quando a situação foge do convencional. Os desafios são múltiplos, as dores são distintas e as manifestações de carinho ganham novas dimensões, muitas delas surpreendentes, pois lidam com vazios, carências e a capacidade da imaginação de superar distâncias e preencher lacunas.
.
Oscar D’Ambrosio
.
LITERATURA
POR
MARINA
Antes eu nem sabia que tinha dislexia. Depois que soube e que admiti, ainda assim, fiz blog e perfis em redes sociais no anonimato. Tudo pra ser livre, poder escrever do jeito e sobre o que eu queria. Superada essa fase, conseguir publicar Dislexicando, um livro com “erros” sem correções, criticando e desconstruindo tudo o que vem sendo dito até hoje sobre dislexia. Foi libertador! Atualmente, me relaciono razoavelmente bem com a minha dislexia, aprendi a usá-la a meu favor.